sexta-feira, 18 de abril de 2014

Comunidade científica internacional está preocupada com a poluição dos mares e a pesca predatória

       

Cientistas americanos pediram uma cooperação internacional para preservar os ecossistemas do fundo do mar, cujas riquezas minerais e pesqueiras são cobiçadas pela indústria internacional.

“Estes ecossistemas cobrem mais da metade da Terra e, levando-se em conta sua importância para a saúde do nosso planeta, é imprescindível preservar sua integridade”, afirmou a diretora do Centro de Biodiversidade Marinha e Conservação do Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego, Lisa Levin.

“A industrialização que dominou o século XX em terra se tornou uma realidade nas grandes profundezas marinhas”, advertiu Lisa, durante sua apresentação na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Com a duplicação da população mundial nos últimos 50 anos, a demanda por produtos alimentícios, de energia e de matérias-primas procedentes do oceano aumentou consideravelmente.

“Na medida em que esgotamos as reservas de peixes ao longo da costa, a indústria pesqueira está se voltando para as águas profundas”, prosseguiu a bióloga.

Além do esgotamento dos recursos pesqueiros, os ecossistemas dos fundos marinhos estão ameaçados pela exploração de minerais como o níquel, o cobalto, o manganês e o cobre, afirmou, destacando que a exploração de combustíveis costuma ser realizada a mais de mil metros de profundidade.

Segundo a pesquisadora, “já são vendidas concessões em vastas áreas de grandes profundidades oceânicas para extrair os recursos necessários à nossa avançada economia”.

Greenpeape critica métodos de pesca atuais

O Greenpeace lançou um relatório em que explica o que classifica como a prática de pesca mais escandalosa do planeta, o uso de espinhel. O método é aplicado para a captura dos valiosos atuns, que alimentam a crescente demanda por sushi e peixe enlatado (atum-branco).

Ninguém sabe os números exatos de quantas embarcações pescam com espinhel, mas estimativas alcançam mais de cinco mil. Cada uma delas pode armar uma linha em rede com até 170 km de comprimento contendo três mil anzóis que capturam atuns, mas também tubarões, tartarugas, aves e muitos outros animais.

No caso dos tubarões, muitas embarcações se aproveitam do bycatch (‘pesca acidental’) para explorar o comércio de barbatanas, extremamente lucrativo e cruel, além de ser a causa de uma queda catastrófica no numero desses animais, essenciais para a saúde dos oceanos.

Os oceanos estão morrendo

Um grupo de cientistas advertiu que a situação dos oceanos está pior do que se pensava devido a uma combinação mortal: o aquecimento, a desoxigenação e a acidificação.

-“Estamos expondo os organismos a uma pressão evolutiva insuportável”, adverte relatório do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês) e da União Internacional para a Conservação da Natureza. “A próxima extinção em massa [de espécies] pode ter começado”, alerta o informe.

O relatório adverte para a acidez sem precedentes dos oceanos, enquanto prossegue a queima de carvão e petróleo e as emissões de dióxido de carbono (CO2), um terço das quais é absorvida pelo mar.

As atuais emissões CO2, umas 30 gigatoneladas por ano, são pelo menos dez vezes maiores do que as que antecederam a anterior grande extinção de espécies da Terra, há 55 milhões de anos, diz o estudo. Mas este grau de acidez nos oceanos não se via há 300 milhões de anos. Dois fenômenos se conjugam: uma “tendência geral à diminuição dos níveis de oxigênio nos oceanos nos últimos 50 anos”, provocada pelo aquecimento global, e “um incrível aumento da hipoxia costeira [baixa quantidade de oxigênio]”, vinculado aos rejeitos agrícolas e às águas residuais.

Seus autores propõem intervenções urgentes. Por exemplo, reduzir os gases de efeito estufa a níveis anteriores à revolução industrial, uma meta da ONU (Organização das Nações Unidas) que parece cada vez mais distante. Eles pedem também a supressão de subsídios governamentais à pesca, que contribuem para a exploração excessiva, e a proibição de técnicas de pesca destrutivas, como as redes de arrasto que varrem o fundo do mar.

Portal do Meio Ambiente / Terra / Greenpeace




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